quarta-feira, 13 de julho de 2016

Carta de Paulo

Carta de Sha'ul haShaliach (Apóstolo Paulo) às igrejas de hoje:


Paulo, servo do Messias, a todas as igrejas de hoje. Tenho visto com grande alegria a expansão do evangelho sobre a Terra, por causa disso quase todas as pessoas do mundo sabem quem é Yeshua, e isso apressa o seu regresso. Fico maravilhado em saber que existem tantas pessoas batalhando pela divulgação da vida e obra de nosso Senhor. Temo porém que durante todos esses séculos as minhas orientações foram distorcidas por pessoas que não entenderam o verdadeiro significado do evangelho. Essas pessoas não me conheceram, não sabem quem eu fui, o que eu vi, o que eu vivi, aprendi ou ensinei. Meu nome é Sha'ul (ou Paulo por ser cidadão romano), nasci em Tarshish, região onde hoje é a Turquia, na época uma cidade importante do império romano. Fui porém criado em Jerusalém, estudei com o rabino mais sábio da época, chamado Gamaliel. Gamaliel era Raban, ou seja, era o presidente do Sinédrio, a corte judaica, e também neto de um dos mais importantes rabinos da história judaica, Hilel. Eu também fui membro do Sinédrio em uma posição considerável, pois quando perseguia os seguidores do Messias eu tinha um cargo equivalente a promotor de justiça. Tinha autoridade para solicitei cartas ao Sumo-Sacerdote para prender a quem fosse preciso até mesmo em outros países (At 9.1,2).
Esta era a minha posição, um homem importante da comunidade judaica de Jerusalém, um fariseu da Escola de Hilel, membro do Sinédrio, zeloso dos mandamentos de D-us, irrepreensível quanto a Torah e quanto as tradições judaicas, e nisso me orgulhava. D-us então em Sua infinita misericórdia enviou Yeshua o Messias a mim, o qual passei a seguir e pregar. Yeshua me fez ver que todo o meu orgulho era escória (Fp 3.4-7), pois nada disso poderia me fazer um homem salvo embora ainda tenha o chamado de cumprir os Mandamentos de D-us por ser judeu. Entretanto conhecer Yeshua, ao contrário do que muitos pensam, não me fez afastar da Torah, dos Profetas e das tradições do meu povo, pelo contrário, eu me tornei ainda mais zeloso, porque como está escrito: "Porei a Minha Lei no seu interior, e a escreverei no seu coração" (Jr 31.33). Vou repetir, a Torah é Santa, e o mandamento santo, justo e bom (Rm 7.12), e não é culpa de D-us que os deu, se o homem os perverteram conforme a sua vontade. D-us é perfeito e faz coisas perfeitas, nos deu a Torah para que vivêssemos por ela e por seus princípios. Por que então tanta distorção das minhas palavras? Eu vos explicarei meus filhos.
No primeiro século, ainda estávamos ensinando os não judeus como eles deveriam viver a nova fé. Muitos gentios então se deixaram circuncidar pensando que acrescentariam com isso algo à sua salvação, além de quererem se orgulhar por serem judeus, e ainda fugir da perseguição romana, pois os romanos permitiam as religiões locais, mas não permitiam novas religiões. O sacrifício de Yeshua é suficiente para reconciliar os homens com D-us, e não é necessário nada a mais que isso, quando porém um não judeu se converte ao judaísmo pelos motivos errados, ele está cobrigado a cumprir os mandamentos de D-us. Vejam que eu não sou contra um gentio crente se converter ao judaísmo quando ele realmente deseja com todo o seu coração, e com toda a sua alma, esse gentio crente convertido será um judeu e viverá como judeu (desde que não negue Yeshua, do contrário cairá para sempre). O que eu fui e sou contra é um gentio crente achar que será alguém de maior prestígio se tornando judeu. E isso era pregado pelos falsos judeus que atormentavam os recém chegados na fé no D-us de Israel através de Yeshua haMashiach.
Irmãos, eu nunca neguei o meu povo, nunca abandonei a Torah (Pv 4.2), nunca deixei de ser fariseu, mesmo depois de me tornar discípulo do Rabino dos rabinos, Rei dos reis e Senhor dos senhores. Entendam de uma vez por todas que eu nunca preguei contra a Santa Torah e nem contra as tradições judaicas (At 28.17). Não se conformem com as doutrinas ensinadas, não se conformem com as traduções das escrituras, com tantos recursos existentes hoje, é inadmissível que se deixem levar por tão inexpressiva pregação.
Permaneçam firmes na fé, evoluindo no estudo das escrituras, e no poder de D-us, o cabeça do Messias.
Shalom

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Lua-Cheia, Domingo, Primavera...

O que eu devo obedecer? Homens que dizem que a data correta da páscoa é no primeiro domingo após a primeira lua cheia que ocorre depois do equinócio da Primavera no hemisfério norte? Ou devo obedecer a D-us que diz:

"O cordeiro, ou cabrito, será sem mácula, um macho de um ano, o qual tomareis das ovelhas ou das cabras. E o guardareis até ao décimo quarto dia deste mês, e todo o ajuntamento da congregação de Israel o sacrificará à tarde. E tomarão do sangue, e pô-lo-ão em ambas as ombreiras, e na verga da porta, nas casas em que o comerem. E naquela noite comerão a carne assada no fogo, com pães ázimos; com ervas amargosas a comerão. Não comereis dele cru, nem cozido em água, senão assado no fogo, a sua cabeça com os seus pés e com a sua fressura. E nada dele deixareis até amanhã; mas o que dele ficar até amanhã, queimareis no fogo. Assim pois o comereis: Os vossos lombos cingidos, os vossos sapatos nos pés, e o vosso cajado na mão; e o comereis apressadamente; esta é a páscoa do Senhor. E eu passarei pela terra do Egito esta noite, e ferirei todo o primogênito na terra do Egito, desde os homens até aos animais; e em todos os deuses do Egito farei juízos. Eu sou o Senhor. E aquele sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; vendo eu sangue, passarei por cima de vós, e não haverá entre vós praga de mortandade, quando eu ferir a terra do Egito. E este dia vos será por memória, e celebrá-lo-eis por festa ao Senhor; nas vossas gerações o celebrareis por estatuto perpétuo. Sete dias comereis pães ázimos; ao primeiro dia tirareis o fermento das vossas casas; porque qualquer que comer pão levedado, desde o primeiro até ao sétimo dia, aquela alma será cortada de Israel."

Êxodo 12:5-15

A Páscoa (Pêssach) que D-us mandou acontece anualmente no dia 14 do mês judaico de Nissan (Aviv), ao por do Sol. O mês de Nissan é o primeiro dos meses judaicos, e o Pêssach é a festa que coordena todas as outras através do calendário bíblico. Esse mês geralmente se situa entre Abril e Maio no Calendário Gregoriano. Essa foi a Páscoa que Yeshua e seus discípulos comemoraram. Essa foi a Páscoa que Rav Sha'ul (Paulo) recomendou aos coríntios:

"Por isso façamos a festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e da malícia, mas com os ázimos da sinceridade e da verdade."

1 Coríntios 5:8

O Pêssach (Páscoa) inicia o Chag haMatzot (Festa dos Pães Ázimos), onde nenhum judeu deve comer nada fermentado (chamêtz) o que se possa fermentar. O que é considerado fermento? Tudo o que for feito a base de trigo, aveia, cevada, centeio e espelta. Todo Israel deve retirar todo o chamêtz de casa antes de iniciar o Pêssach, e é tradição na véspera fazer uma grande faxina em casa para remover qualquer resquício de chamêtz.

Temos então a festa ordenada pelo Eterno, celebrada pelo Mashiach e confirmada pelos discípulos, e é essa que realmente importa, e deveria ser a única Páscoa comemorada por aqueles que dizem amar o D-us de Israel e ao Seu Filho Yeshua haMashiach.

segunda-feira, 7 de março de 2016

Atualizações

Shalom a todos!!!

Depois de relutar um pouco devido à falta de tempo, resolvi criar uma página no Facebook. A página é diretamente relacionada com o blog e os mesmos conteúdos que foram e serão postados aqui serao também encontrados lá, isso facilitará compartilhamentos, marcações de pessoas, divulgação, etc. O blog não será abandonado, pois eu gosto do formato dele, e ele continuará tendo em primeiro mão todo o material que for disponibilizado.Uma outra novidade é que passei a adotar a utilização de imagens nos artigos, de forma que as postagens ficarão mais dinâmicas e ilustrarão a idéia central dos textos.

O endereço da página no Facebook é www.facebook.com/toratyeshua Curtam e compartilhem!!! E como de costume, não esqueçam de comentar os posts!!!

Celebrando Ostara

Desde a morte dos apóstolos, a igreja sofreu muitos desvios da doutrinas iniciais e das tradições judaicas apostólicas. Posso citar como exemplo a obediência cega aos bispos como se eles fosses o próprio D-us. Então hoje o que o cara que está lá na frente pregando fala, deve ser obedecido sem questionamentos, pois do contrário os fiéis estarão sendo rebeldes:

"...obedeça ao seu bispo..." [Carta de Inácio aos Mag. 1:7]

"Seu bispo está presidindo no lugar do Eterno... unam-se ao seu bispo..." [Carta de Inácio aos Mag. 2:5,7]


"...aquele...que faz qualquer coisa sem o bispo... não é puro em sua consciência..." [Carta de Inácio aos Tral. 2:5]

Outro exemplo foi a troca do shabat pelo domingo no Concílio de Nicéia em 325 da Era Comum, que marca oficialmente o nascimento da Igreja Católica. Trocaram o quarto mandamento do Eterno por um mandamento feito apenas para agradar ao imperador romano Contantino, que em 7 de Março de 321 da Era Comum decretou o seguinte:

 "Que todos os juízes, e todos os habitantes da cidade, e todos os mercadores e artífices descansem no venerável dia do Sol. Não obstante, atendam os lavradores com plena liberdade ao cultivo dos campos; visto acontecer amiúde que nenhum outro dia é tão adequado à semeadura do grão ou ao plantio da vinha; daí o não se dever deixar passar o tempo favorável concedido pelo céu"

 Adivinha qual era o dia do Sol no paganismo? Sim, o Domingo!!! Ainda sobre a mudança do shabat para o domingo, a Igreja Católica ensina:

"348. O Sábado está no coração da Lei de Israel. Guardar os Mandamentos é corresponder à sabedoria e à vontade de Deus, expressas na sua obra da criação. 349. O oitavo dia. Mas para nós, um dia novo surgiu: o dia da Ressurreição de Cristo. O sétimo dia acaba a primeira criação. O oitavo dia começa a nova criação. A obra da criação culmina, assim, na obra maior da Redenção. A primeira criação encontrou o seu sentido e cume ria nova criação em Cristo, cujo esplendor ultrapassa o da primeira (214)." [Catecismo Segunda Seção, Capítulo Primeiro]

Apesar de serem desvios gravíssimos, eles ainda não chegam perto da pior coisa que poderia acontecer aos seguidores gentios de Yeshua: a Idolatria!!!

Alguns cristãos dirão:

Calma!!! Então você está querendo me dizer que a igreja cristã é idólatra? Tá bom, sei que os católicos adotam a mariolatria, que é o culto a Maria, e também crêem que outras pessoas além de Yeshua podem interceder junto a D-us pelos fiéis, mas os protestantes não!!! Nós cremos em um D-us, não temos imagens, não cultuamos Maria, cremos somente nas escrituras, temos um só mediador entre D-us e os homens, Jesus Cristo! Como pode nos chamar de idólatras?

O que mais contamina a igreja, não é um mal revelado, não é o diabo se mostrando diante de todos, mas o mal de forma escondida, disfarçado de algo bom, e isso é muito mais antigo do que qualquer reforma protestante, mais antigo do que os batistas, mais antigo do que os presbiterianos, algo chamado sincretismo religioso. O que é sincretismo? O sincretismo é algo que visa misturar, unir, fundir doutrinas e cultos religiosos. Isso aconteceu com muitos elementos do cristianismo, e isso vigora até os dias de hoje. Católicos e protestantes bebem do mesmo sincretismo desde a criação da igreja católica.

Estamos nos aproximando da páscoa cristã. Segundo o cristianismo, essa data celebra a ressureição de Cristo depois de seu sofrimento que culminou em sua morte na cruz. As crianças nas escolas pintam o rosto de coelhinhos, tradicionalmente reúne-se a família, come-se refeições com bastante peixe. E depois vem a hora mais aguardada: a distribuição dos ovos de chocolate!!! Cada um mais bonito e mais gostoso do que o outro, com tamanhos, cores e recheios diferentes.

Tá bom, legal, mas o que a páscoa tem a ver com sincretismo ou idolatria?

A páscoa ordenada por D-us, é comemorada com uma cerimônia (sêder de pêssach) com pães ázimos (sem qualquer tipo de fermento), cordeiro assado, recitando salmos, orações, e explicando para as crianças porque aquela noite é diferente das outras. É um memorial da saída do povo do Egito, da liberdade de uma escravidão que durou 400 anos, de como D-us poupou os israelitas, comemorada no dia 14 do mês judaico de Nissan. Assim ordenou o Eterno:

"Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Aos dez deste mês tome cada um para si um cordeiro, segundo as casas dos pais, um cordeiro para cada família. Mas se a família for pequena para um cordeiro, então tome um só com seu vizinho perto de sua casa, conforme o número das almas; cada um conforme ao seu comer, fareis a conta conforme ao cordeiro. O cordeiro, ou cabrito, será sem mácula, um macho de um ano, o qual tomareis das ovelhas ou das cabras. E o guardareis até ao décimo quarto dia deste mês, e todo o ajuntamento da congregação de Israel o sacrificará à tarde. E tomarão do sangue, e pô-lo-ão em ambas as ombreiras, e na verga da porta, nas casas em que o comerem. E naquela noite comerão a carne assada no fogo, com pães ázimos; com ervas amargosas a comerão. Não comereis dele cru, nem cozido em água, senão assado no fogo, a sua cabeça com os seus pés e com a sua fressura. E nada dele deixareis até amanhã; mas o que dele ficar até amanhã, queimareis no fogo. Assim pois o comereis: Os vossos lombos cingidos, os vossos sapatos nos pés, e o vosso cajado na mão; e o comereis apressadamente; esta é a páscoa do Senhor.E eu passarei pela terra do Egito esta noite, e ferirei todo o primogênito na terra do Egito, desde os homens até aos animais; e em todos os deuses do Egito farei juízos. Eu sou o Senhor. E aquele sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; vendo eu sangue, passarei por cima de vós, e não haverá entre vós praga de mortandade, quando eu ferir a terra do Egito. E este dia vos será por memória, e celebrá-lo-eis por festa ao Senhor; nas vossas gerações o celebrareis por estatuto perpétuo. Sete dias comereis pães ázimos; ao primeiro dia tirareis o fermento das vossas casas; porque qualquer que comer pão levedado, desde o primeiro até ao sétimo dia, aquela alma será cortada de Israel. E ao primeiro dia haverá santa convocação; também ao sétimo dia tereis santa convocação; nenhuma obra se fará neles, senão o que cada alma houver de comer; isso somente aprontareis para vós. Guardai pois a festa dos pães ázimos, porque naquele mesmo dia tirei vossos exércitos da terra do Egito; pelo que guardareis a este dia nas vossas gerações por estatuto perpétuo. No primeiro mês, aos catorze dias do mês, à tarde, comereis pães ázimos até vinte e um do mês à tarde. Por sete dias não se ache nenhum fermento nas vossas casas; porque qualquer que comer pão levedado, aquela alma será cortada da congregação de Israel, assim o estrangeiro como o natural da terra. Nenhuma coisa levedada comereis; em todas as vossas habitações comereis pães ázimos. Chamou pois Moisés a todos os anciãos de Israel, e disse-lhes: Escolhei e tomai vós cordeiros para vossas famílias, e sacrificai a páscoa. Então tomai um molho de hissopo, e molhai-o no sangue que estiver na bacia, e passai-o na verga da porta, e em ambas as ombreiras, do sangue que estiver na bacia; porém nenhum de vós saia da porta da sua casa até à manhã. Porque o Senhor passará para ferir aos egípcios, porém quando vir o sangue na verga da porta, e em ambas as ombreiras, o Senhor passará aquela porta, e não deixará o destruidor entrar em vossas casas, para vos ferir. Portanto guardai isto por estatuto para vós, e para vossos filhos para sempre. E acontecerá que, quando entrardes na terra que o Senhor vos dará, como tem dito, guardareis este culto. E acontecerá que, quando vossos filhos vos disserem: Que culto é este? Então direis: Este é o sacrifício da páscoa ao Senhor, que passou as casas dos filhos de Israel no Egito, quando feriu aos egípcios, e livrou as nossas casas. Então o povo inclinou-se, e adorou. E foram os filhos de Israel, e fizeram isso como o Senhor ordenara a Moisés e a Arão, assim fizeram." Êxodo 12:3-28

Mas qual a origem da atual páscoa cristã?

Primeiro vamos saber quando a páscoa judaica deixou de ser comemorada pela igreja. Quanto a isso, Eusébio de Cesaréa escreveu:

"Uma questão de importância maior apareceu naqueles tempos. Pois as congregações de toda a Ásia, seguindo uma tradição mais antiga, afirmavam que o décimo-quarto dia da lua, no dia em que os judeus precisavam sacrificar o cordeiro, deveria ser também o dia da Páscoa do nosso Senhor... Mas este não era o costume das igrejas do resto do mundo... Mas os bispos da Ásia, liderados por Polícrates, decidiram preservar o antigo costume que lhes foi herdado. Ele mesmo, numa carta que endereçou à Vítor e à Igreja de Roma, nestas palavras colocou o costume que chegou até ele" [História Eclesiástica]

Vemos que as igrejas da Ásia comemoravam a páscoa judaica, no dia 14 de Nissan, não comendo fermento. Mas as outras igrejas não faziam mais dessa forma. Eusébio cita Polícrates de Éfeso, e diz que ele liderava as igrejas da Ásia. O bispo Vítor de Roma tentou excomungar as igrejas asiáticas, pois elas comemoravam a páscoa judaica, e então Polícrates escreveu a seguinte carta a ele:

"Nós observamos o dia exato, sem tirar nem por. Pois na Ásia grandes luminares também caíram no sono [morreram], do qual devem despertar novamente no dia da volta do Senhor, quando ele virá em toda sua glória do céu e irá procurar por todos os santos. Dentre eles estão Filipe, um dos doze apóstolos e que dormiu em Hierápolis, suas duas filhas virgens e idosas, e outra filha, que viveu no Espírito Santo e que agora descansa em Éfeso. E, adicionalmente, João, que foi tanto uma testemunha quanto um professor, que se deitou no peito do Senhor e, sendo um sacerdote, vestiu a placa sacerdotal. Ele também caiu no sono em Éfeso. E Policarpo, que foi bispo e mártir; e Tráseas, bispo e mártir de Eumênia, que dormiu em Esmirna. Por precisaria eu mencionar o bispo e mártir Sagaris, que se deitou em Laodiceia, ou o abençoado Papírio ou Melito, que viviam juntos no Espírito Santo, que repousa em Sardes, esperando o episcopado do céu, quando ele se levantará dos mortos? Todos estes observavam o décimo-quarto dia da Páscoa judaica de acordo com o evangelho, não desviando em nenhum aspecto, mas segundo a regra de fé. E eu também, Polícrates, o menos importante de todos, faço de acordo com a tradição de meus pais, alguns dos quais eu segui muito de perto. Pois sete deles foram bispos e eu sou o oitavo. E meus parentes sempre observaram o dia que as pessoas separavam o fermento. Eu, portanto, irmãos, que vivi sessenta e cinco anos no Senhor e encontrei com irmãos em todo o mundo, e que já li todas as escrituras, não me assusto fácil com palavras terríveis. Pois os que são maiores que eu disseram 'Nós devemos obedecer a Deus ao invés dos homens...' Eu poderia mencionar bispos que estavam presentes, que eu mesmo convoquei a seu pedido, cujos nomes eu deveria escrever e que certamente seriam uma multidão. E eles, admirando minha pequeneza, consentiram com esta carta, sabendo que eu não porto esses cabelos brancos em vão e sempre governei minha vida pelo Senhor Jesus." [Eusébio de Cesaréa - História Eclesiástica]

Dentre os nomes citados por Polícrates de Éfeso está Yochanan (João), um dos emissários originais de Yeshua, e ele diz que o próprio João comemorava a páscoa judaica. Polícrates também cita outro nome, o de Policarpo de Esmirna, que foi discípulo direto de João. Todos esses homens celebravam a páscoa judaica, mas já na época de Policarpo de Esmirna (até 160 da Era Comum) já havia a discussão sobre a data a ser celebrada. Polícrates morreu em 196 da Era Comum. No Primeiro Concílio de Nicéia, em 325 da Era Comum, foi decretado que a Páscoa deveria ser sempre celebrada no domingo, independente de coincidir ou não com a páscoa judaica, e neste momento não tinha mais a essência da páscoa bíblica.

Então agora que sabemos o que é sincretismo, sabemos o que é a páscoa judaica, e sabemos quando a páscoa judaica (bíblica) deixou de ser comemorada. Vamos entender agora qual a origem da páscoa cristã atual. Durante o processo de criação do cristianismo (não como a fé dos discípulos, mas como a religião criada depois da morte dos apóstolos), as pessoas que vinham de outras religiões acabavam trazendo elementos de sua antiga fé para a nova, algumas pessoas importantes se converteram, e fizeram questão de fazer isso.

Havia um culto na Europa a uma deusa chamada "Ostara", que também era conhecida como "Eostre" ou "Ostera". Essa deusa simbolizava a fertilidade, o início da primavera. O festival a Ostara acontecia em 30 de Março. E adivinhem quais eram os seus símbolos? Acertou quem disse OVOS COLORIDOS e COELHOS, além de lebres, pois esses itens representam a fertilidade. É possível encontrar imagens de Ostara segurando ovos recebidos de coelhos, ou mesmo segurando uma cesta de ovos enquanto fica rodeada de coelhos. Essa deusa é relacionada com Astarte, uma deusa fenícia e Ishtar, deusa babilônica, e todas elas estão relacionadas ao início da primavera. Entre as lendas contadas sobre Ostara, lemos a seguinte:

"Um dia, Eostre estava sentada em um jardim com suas tão amadas crianças, quando um amável pássaro voou sobre elas e pousou na mão da deusa. Ao dizer algumas palavras mágicas, o pássaro se transformou no animal favorito de Eostre, uma lebre. Isto maravilhou as crianças. Com o passar dos meses, elas repararam que a lebre não estava feliz com a transformação, porque não mais podia cantar nem voar. As crianças pediram a Eostre que revertesse o encantamento. Ela tentou de todas as formas, mas não conseguiu desfazer o encanto. A magia já estava feita e nada poderia revertê-la. Eostre decidiu esperar até que o inverno passasse, pois nesta época seu poder diminuía. Quem sabe quando a Primavera retornasse e ela fosse de novo restituída de seus poderes plenamente pudesse ao menos dar alguns momentos de alegria à lebre, transformando-a novamente em pássaro, nem que fosse por alguns momentos. A lebre assim permaneceu até que então a Primavera chegou. Nessa época os poderes de Eostre estavam em seu apogeu e ela pôde transformar a lebre em um pássaro novamente, durante algum tempo. Agradecido, o pássaro botou ovos em homenagem a Eostre. Em celebração à sua liberdade e às crianças, que tinham pedido a Eostre que lhe concedesse sua forma original, o pássaro, transformado em lebre novamente, pintou os ovos e os distribuiu pelo mundo. Para lembrar às pessoas de seu ato tolo de interferir no livre-arbítrio de alguém, Eostre entalhou a figura de uma lebre na lua que pode ser vista até hoje por nós." [Wikipedia]

Ostara então é o centro da páscoa cristã atual, até mesmo em inglês a palavra para "páscoa cristã" é diferente para páscoa bíblica. Em inglês quando queremos nos referir à páscoa cristã dizemos "easter", uma clara variação do nome da deusa "Eostre", ou mesmo a deusa babilônica "Ishtar", enquanto a páscoa judaica é chamada em inglês de "passover", que significa "atravessar", o mesmo significado da palavra hebraica פסח - pessach.

Mas como de costume, alguns (maioria) dos cristãos dirão:
Ah, mas a minha intenção não é adorar a essa deusa, mas sim comemorar a ressureição de Cristo, e os ovos é apenas sobremesa, só chocolate, e o coelho é uma criatura de D-us


E usarei a mesma resposta que dei a respeito do argumento parecido a respeito do natal:

Não é dessa forma que as escrituras ensinam, muito pelo contrário. Segundo o corpo de líderes da fé messiânica em Yeshua os pagãos que estavam se convertendo ao D-us de Israel deveriam observar alguns mandamentos para que fossem purificados das imundícies pagãs. São elas:

- Abster-se do que foi contaminado com ídolos;
- Abster-se da imoralidade sexual;
- Abster-se da carne de animais sufocados;
- Abster-se do sangue (violência).
Yeshua haMashiach
Atos 15.19,20

Idolatria não é apenas curvar-se diante de um poste ou uma imagem de um animal ou pessoa, mas também é praticar atos associados à idolatria, ou seja, mesmo que não seja a sua intenção, mas o que você está fazendo é associado à idolatria, então você está praticando idolatria. Sendo assim, não é correto a alguém que segue a Yeshua, tem D-us como o centro da sua vida, busca agradar ao Eterno, adorá-Lo, e espalhar a Sua Palavra comemorar a páscoa cristã. Devemos comemorar a páscoa bíblica, aquela que Yeshua comemorou, aquela que os discípulos comemoravam, e aquela que homens justos que vieram depois dos apóstolos comemoravam e ensinavam.

Não deixem pintarem seus filhos de coelho nessa época, não compre ovos de chocolate, deixe claro para seus amigos e familiares que você não pode aceitar ovos de chocolate, não pratique idolatria, pois nosso D-us é ciumento, ele não permite que Seus filhos adulterem com outros deuses.

Celebremos a páscoa bíblica, tirando todo o fermento de casa, celebrando o fim da escravidão, e também a ressureição do Mashiach, em seguida a Festa dos Pães Ázimos, onde não comeremos fermento por uma semana. Busquemos andar conforme a Torah ensinada por Yeshua haMashiach.

Shalom

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Refutações dos argumentos anomistas, antissemitas e antibíblicos

Esse série de artigos visa responder aos argumentos cristãos que contrariam as Sagradas Escrituras (Torah, Profetas, Escritos e Brit Chadashah).

1º Lei x Graça

"A Lei foi substituída pela graça"

Primeiro vamos entender o que é "graça". A palavra "graça" em nosso idioma quer dizer favor, ato de bondade, gentileza. Mas no contexto hebraico (que é o contexto bíblico), o que significa "graça"? A palavra que representa essa "graça" em hebraico é חסד - "chêssed" e com excessão do livro de Salmos os quais eu não verifiquei, os únicos lugares onde a palavra chêssed foi traduzido como "graça" foi em Gn 20.13, Dn 1.9, Jr 31.2 e Ester 2.9. Traduzido como "misericórdia", essa palavra é encontrada em Gn 19.19, Ex 20.6, Nm 14.18, 14.19, Dt 5.10, 7.9, 7.12, Js 2.12, 2.14, Jz 1.24, 1 Sm 15.6, 20.8, 2 Cr 6.42, Pv 16.6, Dn 9.4, Jn 2.8, Lm 3.22, 3.32, Os 6.6, 10.12, Jl 2.13, Jó 10.12. A palavra misericórdia em hebraico é רחמים - rachamim, e significa dó, clemência, piedade. Existem outras traduções para chessed no Tanach, mas a mais correta, "graça", não encontramos muitas vezes. Mas o que isso quer dizer? Isso representa uma grande tendenciosidade nas traduções, querendo demonstrar (como disse Joseph Shulam) que no Tanach existe misericórdia, mas não graça, ao contrário da Brit Chadashah, onde se vive pela graça.

"Mas o que significa a graça no contexto bíblico?"

Imagine que você cometeu um crime tão grave que mereça a pena de morte, e então você pede outra chance, mas ninguém vê em você motivo para te dar outra chance, mas mesmo assim você a recebe, sem ter que dar nada em troca, apenas o arrependimento sincero. Isso é graça, aquele favor que você não merece, mas mesmo assim lhe é dado. Será que isso não existia no chamado "Antigo Testamento"? Quando o Eterno deu a Torah a Israel, Ele mostrou através dela o que é pecado e o que não é pecado. Para aqueles que cometessem pecados (transgredissem algum mandamento), havia o sistema de remissão de pecados através de sacrifícios de animais, a pessoa sacrificava e estava perdoada. Isso é graça, pois a pessoa recebeu outra chance, isso não é misericórdia, isso é GRAÇA!!!

Existe um midrash sobre um salmo que diz que David se aproxima de um juíz, o qual diz que David deveria pagar. David responde que não tinha dinheiro suficiente para pagar. O juiz então disse que David deveria dar tudo o que tinha para pagar, mesmo que não fosse suficiente, e o que faltasse, o juiz completaria do próprio bolso para pagar. Quando damos o melhor para o Eterno, mesmo sabendo que não é suficiente, e Ele completa o que falta, isso é GRAÇA!!!

"Mas então qual a diferença do NT?"

A diferença está na forma de sacrificar. Yeshua substituiu os sacrifícios de remissão de pecados (não os outros), sendo o sacrifício perpétuo por todos os pecados. O sistema é o mesmo, a pessoa peca, se arrepende, clama por perdão, crê em Yeshua como o seu sacrifício, como a sua salvação, e recebe o perdão. Essa é a diferença do sistema sacrificial no Tanach e na Brit Chadashah.

Então depois de explicado o que é graça, e como ela se manifesta no Tanach e na Brit Chadashah, vamos entender o que é Torah. A palavra תורה - Torah em hebraico significa "Instrução". É na Torah que está contida a Lei de D-us (pois a Torah também conta a história da criação, de como D-us começa a se relacionar com o homem, etc) como um conjunto de mandamentos que falam sobre relacionamento entre os homens e D-us ,e entre eles mesmos. É através da Torah que podemos saber o que D-us espera de nós, e como devemos agir com os outros.

"E o que significa pecado?"

Para responder a isso vamos usar a definição bíblica, simples, clara e objetiva do que é pecado:

"Todo aquele que pratica o pecado transgride a Lei; de fato, o pecado é a transgressão da Lei."
1 João 3:4

"Mas Paulo escreveu que todos aqueles que são das obras da Lei estão debaixo de maldição (Gl 3.10)"

Sim, escreveu, mas o que ele quis dizer com isso? O que são "obras da Lei"? As obras da Lei, é o que a má interpretação da Torah traz ao homem, é a Lei pela Lei, exemplo: Um homem casado não pode ter outras mulheres, mas ele as deseja, e em suas relações sexuais com a esposa, ele as imagina, mas segundo a interpretação literal da Torah, ele não pecou por isso. Mas será que esse é o cumprimento da Lei que D-us espera? Vejamos o esclarecimento por parte do Messias:

"Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela."
Mateus 5:28

Quem desejar outra mulher transgride a Torah, entendeu a diferença? A Torah não é a Lei pela Lei, ela deve ser enxergada além, através do princípio que está por trás de cada mandamento, porque Paulo também escreveu:

"E assim a lei é santa, e o mandamento santo, justo e bom."
Romanos 7:12

Portanto, "Obras da Lei" significa uma observância contrária àquela que D-us quer, contornando a Lei, buscando brechas para poder pecar sem ser condenado pela Lei como é escrita.

"Mas Paulo também escreveu Cristo nos resgatou da maldição da Lei, por isso a Lei é maldita (Gl 3.13)"

Realmente Paulo escreveu isso, mas o que ele quis dizer? O que é "maldição da Lei"? Vejamos o que diz a Lei:

"Eis que hoje eu ponho diante de vós a bênção e a maldição; A bênção, quando cumprirdes os mandamentos do Senhor vosso Deus, que hoje vos mando; Porém a maldição, se não cumprirdes os mandamentos do Senhor vosso Deus, e vos desviardes do caminho que hoje vos ordeno, para seguirdes outros deuses que não conhecestes."
Deuteronômio 11:26-28

Então o que significa "maldição da Lei"? Significa a maldição para todo aquele que peca segundo as escrituras. Yeshua no livra dessa maldição, pois é o nosso sacrifício perpétuo.

"Mas Yeshua disse que já cumpriu a Lei e por isso não precisamos mais cumprí-la (Mt 5.17)"

A palavra escrita nos textos gregos utilizados para as traduções é "plerosai", que segundo os melhores léxicos significa "completar, tornar pleno, tornar cheio" e em último caso "cumprir". Então a tradução teria muito mais sentido se fosse feita corretamente:

"Não pensem que vim abolir a Lei ou os Profetas; não vim abolir, mas vim completar/tornar pleno/ensinar o pleno cumprimento."
Mateus 5:17

E o restante do texto corrobora com isso, veja:

"Digo-lhes a verdade: Enquanto existirem céus e terra, de forma alguma desaparecerá da Lei a menor letra ou o menor traço, até que tudo se cumpra. Todo aquele que desobedecer a um desses mandamentos, ainda que dos menores, e ensinar os outros a fazerem o mesmo, será chamado menor no Reino dos céus; mas todo aquele que praticar e ensinar estes mandamentos será chamado grande no Reino dos céus."
Mateus 5:18,19

Essa leitura explica os ensinos de Yeshua, pois podemos ver ele corrigindo as interpretações dadas à Torah ao longo de todos os evangelhos, geralmente com frases como "Ouvistes o que foi dito.... eu porém vos digo..."

"Mas Jesus transgrediu o sábado para curar...(Lc 14.1-5)"

Quando o Eterno criou o shabat, ele estava pensando no homem, em um dia de descanso, de júbilo, santificação, relacionamento com Ele, um dia que é uma "amostra grátis" do Mundo Vindouro. Mas como alguém pode desfrutar de tudo isso estando doente? O próprio judaísmo permite violar o shabat em algumas ocasiões:

"É lícito violar um Shabat para que muitos outros possam ser observados; as leis foram dadas para que o homem vivesse por elas, não para que o homem morresse por elas." Todas as seguintes coisas eram lícitas no Shabat, segundo a escola de Hillel: salvar vidas, aliviar dores agudas, curar picadas de cobra, e cozinhar para os doentes" (Shabat 18.3; Tosefta Shabat 15.14; Yoma 84b; Tosefta Yoma 84.15)

Isso mostra que Yeshua estava em consonância com as leis judaicas, pois em casos extremos, é permitido curar e realizar algumas outras atividades emergenciais no shabat. A mesma coisa ocorre quando em um shabat, os discípulos colheram espigas para comer (Mc 2.23-27) e Yeshua citou como exemplo David, quando ele e seus homens comeram os pães dos sacerdotes porque estavam com fome, transgredindo assim a Torah. O que isso mostra? Que a Torah não é engessada, e que valoriza a vida do homem, e que em certos momentos extremos ela pode ser violada em prol da preservação da vida.

"Jesus deu mandamentos mais leves (Mt 11.30)"

Nesse texto Yeshua estava falando sobre a forma de se cumprir a Torah, e não que ele inventou uma nova Torah mais leve. Mesmo porque, os mandamentos de D-us não são pesados (I Jo 5.3). Se formos pensar em o que é mais leve, Yeshua é muito mais rígido em vários pontos da Torah, como no caso em que só olhar para outra mulher e desejá-la já caracteriza pecado, ou que o divórcio só é permitido em caso de imoralidade sexual (a saber, no caso de um homem se casar com uma mulher que não for mais virgem), etc.

"Jesus deu apenas dois mandamentos (Mt 22.35-40)"

O que Yeshua fez nesse caso não foi substituir toda a Torah por apenas dois mandamentos, mas sim apenas explicando que toda a Lei e os Profetas dependem desses dois mandamentos, corroborando com o que eu expliquei acima sobre a Torah ser um conjunto de mandamentos que visam zelar pelo relacionamento com D-us e com as outras pessoas.

"Paulo disse que Pedro vivia como um gentio (Gl 2.11-14), isso significa que ele não cumpria mais a Lei"

Conforme já foi explicado nesse blog, essa passagem na realidade não quer dizer que Kefá (Pedro) vivia como um gentio (goy), mas sim que estava se comportando como um estrangeiro תתנהג כנכרי - titnaheg kenachri. Isso porque Kefá tentou disfarçar que estava comendo com gentios diante dos judeus. Mas comer com um gentio significa comer como os gentios? Não!!! É perfeitamente possível comer com gentios e ainda assim comer comida kasher (permitida pela Bíblia). Já almocei várias vezes com amigos e irmãos gentios, eles comiam o que queriam e eu comia kasher. O problema aqui é que Kefá ficou intimidado pela presença de judeus no recinto, achando que seria acusado de alguma coisa. Kefá tinha essa personalidade, e já tinha feito isso em outra ocasião nas escrituras em Marcos 14, Lucas 22 e João 14, quando ele negou a Yeshua por medo de represálias.

Sha'ul (Paulo) repreendeu Kefá (Pedro) porque não estava agindo conforme a Lei ao agir da forma que ele fez, pois além de tentar esconder que estava fazendo algo, ele ainda daria a entender que os gentios eram crentes de segunda classe, constrangendo-os involuntariamente à circuncisão pelos motivos errados. É exatamente essa a mensagem de Sha'ul aos gálatas, que estavam se convertendo ao judaísmo pelos motivos errados, pois pensavam que a partir disso poderiam se gloriar por terem se tornado judeus, fugir da perseguição romana e ainda adicionar algo à sua salvação.

"Paulo disse que quem cumpre a Lei, se faz escravo pois ensina que Agar, a escrava, representa o Sinai, que é a Lei (Gl 4.21-31)"

Os cristãos interpretam essa passagem como se Sha'ul ensinasse que Agar, a escrava de Avraham (Abraão) representa a Lei, e Sarah representa a graça. Sendo assim, aqueles que cumprem a Torah são feitos escravos. Vamos ver o que Sha'ul disse?

"O que se entende por alegoria; porque estas são as duas alianças; uma, do monte Sinai, gerando filhos para a servidão, que é Agar. Ora, esta Agar é Sinai, um monte da Arábia, que corresponde à Jerusalém que agora existe, pois é escrava com seus filhos. Mas a Jerusalém que é de cima é livre; a qual é mãe de todos nós."

Gálatas 4:24-26

Prestemos muita atenção no que Sha'ul diz:

"Ora, esta Agar é Sinai, um monte da Arábia, que corresponde à Jerusalém que agora existe, pois é escrava com seus filhos."

Será que Sha'ul estava falando mesmo sobre a Torah? Vamos ver de outra forma:

"... Agar... corresponde à Jerusalém que agora existe..."

Sha'ul está comparando a escrava à Jerusalém, que estava totalmente escravizada pelos romanos, corrompida pelo homem, os quais até mesmo compravam títulos de sacerdotes e sumo-sacerdote sem terem direito algum, entre outros. Isso é fruto de uma observância sem fé dos mandamentos, essa é uma das "Obras da Lei" que Sha'ul cita, uma obediência vazia, mas não por culpa da Torah, mas sim por culpa do próprio homem que é mau desde a sua meninice (Gn 8.21).

Aqueles que estavam contrangindo os gentios à circuncisão, agiam de acordo com essa Jerusalém, e também aqueles que cediam a esse constrangimento também. Estes eram os filhos de Agar, a escrava. Sha'ul diz que Agar é Sinai, simplesmente porque ela era da região do Sinai, a qual compunha a antiga região da Arábia junto com a atual Arábia Saudita e a Cisjordânia, e não que Agar representa a Torah. Vamos continuar:

"Mas a Jerusalém que é de cima é livre; a qual é mãe de todos nós."

Gálatas 4:26

Nosso anseio está na Nova Jerusalém descrita na Revelação de Yochanan (João), a qual esperamos pela fé, a qual é pura, incorruptível, santa. Essa Nova Jerusalém será livre das "Obras da Lei" (a observância vazia e pervertida da Torah).

"D-us disse para Pedro não considerar nenhum alimento como impuro (At 10.9-16)"

Vamos ler o texto:

"E no dia seguinte, indo eles seu caminho, e estando já perto da cidade, subiu Pedro ao terraço para orar, quase à hora sexta. E tendo fome, quis comer; e, enquanto lho preparavam, sobreveio-lhe um arrebatamento de sentidos, E viu o céu aberto, e que descia um vaso, como se fosse um grande lençol atado pelas quatro pontas, e vindo para a terra. No qual havia de todos os animais quadrúpedes e feras e répteis da terra, e aves do céu. E foi-lhe dirigida uma voz: Levanta-te, Pedro, mata e come. Mas Pedro disse: De modo nenhum, Senhor, porque nunca comi coisa alguma comum e imunda. E segunda vez lhe disse a voz: Não faças tu comum ao que D-us purificou. E aconteceu isto por três vezes; e o vaso tornou a recolher-se ao céu."

Atos 10:9-16

A primeira curiosidade desse texto diz respeito à hora. A "hora sexta" corresponde ao meio-dia. Kefá (Pedro) subiu ao terraço para fazer a oração de "Minchá Guedolá" (Grande Minchá), que é feita ao meio-dia e meia na tradição judaica. Isso já mostra que ele não abandonou os costumes judaicos. No versículo 14 de Atos 10 podemos ver Kefá respondendo que nunca comeu nada que fosse imundo (mesmo depois da vinda de Yeshua), e isso mostra também que a mensagem de Yeshua em nada contrariou a Torah (como ele mesmo explicou em Mt 5.17), pois mesmo passado tanto tempo da vinda do Mashiach (Messias), os discípulos continuavam observando a Torah e pregando o evangelho. Mas o que será que esse texto quer dizer na realidade? Encontramos a explicação nas próprias escrituras:

"E no dia imediato chegaram a Cesaréia. E Cornélio os estava esperando, tendo já convidado os seus parentes e amigos mais íntimos. E aconteceu que, entrando Pedro, saiu Cornélio a recebê-lo, e, prostrando-se a seus pés o adorou. Mas Pedro o levantou, dizendo: Levanta-te, que eu também sou homem. E, falando com ele, entrou, e achou muitos que ali se haviam ajuntado. E disse-lhes: Vós bem sabeis que não é lícito a um homem judeu ajuntar-se ou chegar-se a estrangeiros; mas Deus mostrou-me que a nenhum homem chame comum ou imundo."

Atos 10:24-28

No verso 28 conseguimos então encontrar o significado da visão de Kefá:

"...mas Deus mostrou-me que a nenhum homem chame comum ou imundo."


D-us estava dizendo a Kefá que não havia homens impuros, e que por isso ele deveria anunciar a salvação também aos gentios. Nada tem a ver com as leis alimentares que se encontram na Torah.

Temos mais uma curiosidade um pouco mais a frente do texto:

"E disse Cornélio: Há quatro dias estava eu em jejum até esta hora, orando em minha casa à hora nona."

Atos 10:30

A hora nona corresponde às 15:00 hrs, e nessa hora é feita a oração de "Minchá Ketaná" (Pequena Minchá) que é feita a partir das 15:30 até o por do Sol. Tenho em mente criar um estudo sobre Cornélio e mostrar porque ele rezava como os judeus e porque ele dava bom testemunho aos judeus.

"Paulo disse que não estamos mais debaixo da Lei, mas sim debaixo da Graça!(Romanos 6.14)"

Vamos ler o texto:

"Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça."
Romanos 6:14

Vamos ver a continuação do texto:

"Pois que? Pecaremos porque não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça? De modo nenhum."
Romanos 6:15

As próprias escrituras nos ensinam, conforme já foi visto nesse mesmo artigo, que pecado é transgressão da lei, então vamos "traduzir" a palavra "pecado":

"Porque a transgressão da lei não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça. Pois que? Transgrediremos a lei porque não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça? De modo nenhum."

Já melhorou bastante, não é? Mas acho que podemos melhorar ainda mais. O judeu-messiânico David H. Stern, tradutor da Bíblia Judaica Completa, do Novo Testamento Judaico e também autor do Comentário Judaico do Novo Testamento e do Manifesto Judeu-Messiânico, captou perfeitamente o sentido da expressão grega υπο νομον - ypo nomon - normalmente traduzido como "debaixo da lei", traduzindo por "sob o legalismo", ou sob uma observância sem fé da Torah, ou mesmo sob uma observância pervertida da Torah. Então o melhor sentido de Romanos 6.14,15 seria:

"Porque a transgressão da Torah não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo do legalismo, mas debaixo da graça. Pois que? Transgrediremos a Torah porque não estamos sob o legalismo, mas debaixo da graça? De modo nenhum."

Agora que trouxemos os versículos para o contexto correto (aliás um exercício muito proveitoso), vamos às explicações. O legalismo levava todos ao pecado.

Mas o que é legalismo?

Legalismo é um sinônimo para "Obras da Lei", e como já vimos, é a forma errada de se cumprir a Torah, e traz distorções, perversões, e outros desvios ao cumprimento sincero dos mandamentos do Eterno. Isso não significa que a Torah é ruim, mas sim que o homem é mal, e uma hora ou outra acaba pervertendo a Torah ao seu favor.

Legalismo é pecado, e leva a outros pecados. Por isso Sha'ul explicou que saímos do legalismo para a graça, e por isso não pecamos mais, porque sob a graça não pervertemos a Torah. A Torah deve ser cumprida com amor, com respeito e zelo por ter vinda direto do Eterno. É a conclusão que Sha'ul dá a essa passagem:

"Transgrediremos a Torah porque não estamos sob o legalismo, mas debaixo da graça? De modo nenhum."

Ou seja, não é porque não cumpriremos a Torah de forma legalista pois estamos debaixo da graça, que não devemos cumprir a Torah. O próximo capítulo de Romanos também é muito interessante e ele mostra muito bem o que foi escrito aqui sobre a santidade da Torah, a sua espiritualidade e sobre a maldade humana:

"Que diremos pois? É a lei pecado? De modo nenhum. Mas eu não conheci o pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência, se a lei não dissesse: Não cobiçarás.Mas o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, operou em mim toda a concupiscência; porquanto sem a lei estava morto o pecado.E eu, nalgum tempo, vivia sem lei, mas, vindo o mandamento, reviveu o pecado, e eu morri. E o mandamento que era para vida, achei eu que me era para morte. Porque o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, me enganou, e por ele me matou.E assim a lei é santa, e o mandamento santo, justo e bom. Logo tornou-se-me o bom em morte? De modo nenhum; mas o pecado, para que se mostrasse pecado, operou em mim a morte pelo bem; a fim de que pelo mandamento o pecado se fizesse excessivamente maligno. Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado. Porque o que faço não o aprovo; pois o que quero isso não faço, mas o que aborreço isso faço."
Romanos 7:7-15

"Mas então, existe como harmonizar a Lei com a Graça?"

Sim, é o correto!!! Ao invés de Lei x Graça, agora chegamos a Lei + Graça! A Lei deve ser cumprida, isso agora é um fato, mas obviamente por causa das limitações humanas, da má inclinação, da fraqueza em resistir às armadilhas do adversário, ninguém consegue cumprir a Torah de forma satisfatória, sempre tropeçando nalgum ponto. E é nesse momento em que entra a Graça, nos perdoando. Isso significa que eu posso pecar à vontade que sempre serei perdoado? De forma alguma!!! Não é o tipo de comportamento ensinado pelas escrituras:

"Meus filhinhos, escrevo-lhes estas coisas para que vocês não pequem. Se, porém, alguém pecar, temos um intercessor junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo."
1 João 2:1

Não devemos pecar, mas se por acaso (e não deliberadamente) pecarmos podemos pedir perdão para o Pai através de Yeshua haMashiach.

Em breve trarei mais artigos dessa série, e pretendo complementar o que foi escrito nesse.

Até a próxima!!!

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Préambulo

Shalom,

O intuito dessa postagem é ser um pré-âmbulo para outra postagem, na qual os argumentos critãos anti-Torah e antissemitas serão refutados, e as leis do Eterno bem como a eleição do povo judeu serão confirmados. Um resumo da fé judaico-messiânica:

1º O judeu messiânico deve ser judeu.

Parece estranho ter que dizer isso, mas é necessário. Pessoas que se achegam ao judaísmo messiânico sem ter nenhuma origem judaica e se dizem judeus messiânicos. O judeu-messiânico tem que ser judeu. Na minha opinião (e de algumas outras pessoas), aquele descendente de judeus que foram forçados a se converterem ao cristianismo também são judeus. O filho de pai judeu também é judeu (isso repito, na minha humilde opinião). Mas ok, em que implica essa afirmação? Afirmar que o judeu messiânico deve ser judeu, implica no fato de que aos judeus foi dada a Torah, como um conjunto de instruções, mandamentos, leis e estatutos perpétuos, por todas as gerações. Implica também em observar as tradições de seu povo, que foram se desenvolvendo ao longo de toda a história. Infelizmente no judaísmo hoje, as tradições são vistas com a mesma autoridade da Torah, mas novamente na minha opinião, devem ser vistas como uma padronização, uma formatação, a Torah diz o que deve ser feito, e a tradição diz como deve ser feito. Por exemplo, a Torah diz que devemos rezar o Shemá, e as tradições dizem a partir de que horas, até que horas, em pé, deitado, andando, etc. Ser judeu implica também muitas vezes em perseguições, preconceitos, agressões (principalmente como as que temos visto em Israel, quando os palestinos terroristas esfaqueiam sem mais nem menos os judeus nas ruas), etc. Ser judeu implica em ser luz para as nações, em ser um povo que apesar dos seus erros, sempre busca a justiça, especialmente por ser o povo detentor das revelações de D-us. Ser judeu implica em saber o valor, a responsabilidade e o peso de ser judeu. O não-judeu (chamado gentio) que se aproxima do judaísmo messiânico, não deve querer tornar-se judeu, pois ele deve manter a sua própria cultura (desde que não seja contrária às escrituras), ppois essa cultura também tem valor.

2º D-us deu a Torah a Israel, e ela é imutável e perpétua.

As escrituras não anulam as escrituras, se D-us disse que os estatutos serão perpétuos, então serão perpétuos e ponto final. Se em determinado ponto das escrituras, está escrito que "A" é "A", e em outro ponto parece dizer que "A" é "B", então o segundo ponto está sendo interpretado errado e deve ser revisto, até ser encontrada uma interpretação que harmonize as duas passagens. Cremos que a Torah é perpétua, boa e necessária para uma vida justa e segundo a vontade do Eterno. É como um manual para a vida. Irrevogável, imutável, indestrutível, ela é árvore da vida para os que nela se apóiam, e os que nelas se apegam são bem aventurados (Provérbios 3). Ela é a base, o fundamento, a revelação do que D-us espera do homem, e não há motivos para enxergá-la como obsoleta, ineficaz, ineficiente, incompetente. Portanto a Torah vigora!

3º Israel é o povo de D-us

Isso não é questionado entre os judeus, mas entre os não-judeus ainda existe a "Teologia da Substituição", que diz que a igreja de Cristo substituiu Israel quanto à eleição, se tornando assim o "Israel Espiritual". Bom, quanto a isso posso citar inúmeros versículos, mas vou citar apenas alguns:

"Porque a porção do Senhor é o seu povo; Jacó é a parte da sua herança. Achou-o numa terra deserta, e num ermo solitário cheio de uivos; cercou-o, instruiu-o, e guardou-o como a menina do seu olho."
Deuteronômio 32:9,10

"E, ouvindo-o eles, glorificaram ao Senhor, e disseram-lhe: Bem vês, irmão, quantos milhares de judeus há que crêem, e todos são zeladores da lei."
Atos 21:20

"Digo, pois: Porventura tropeçaram, para que caíssem? De modo nenhum, mas pela sua queda veio a salvação aos gentios, para os incitar à emulação. E se a sua queda é a riqueza do mundo, e a sua diminuição a riqueza dos gentios, quanto mais a sua plenitude!"
Romanos 11:11,12

"Porque não quero, irmãos, que ignoreis este segredo (para que não presumais de vós mesmos): que o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado. E assim todo o Israel será salvo, como está escrito: De Sião virá o Libertador, E desviará de Jacó as impiedades."
Romanos 11:25,26

Israel é o povo de D-us, e sempre será o povo de D-us. Os não-judeus que se achegam à fé no D-us de Israel, através do Messias de Israel, são enxertados em Israel, e não devem jamais ensinar que substituíram Israel.

4º Messias é judeu

Sim, o Machiach (messias) é judeu:

"E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre os milhares de Judá, de ti me sairá o que governará em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade."
Miquéias 5:2

"E o anjo lhes disse: Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo: Pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor."
Lucas 2:10,11

Filho de judeus cumpridores da Torah:

E, quando os oito dias foram cumpridos, para circuncidar o menino, foi-lhe dado o nome de Yeshua, que pelo anjo lhe fora posto antes de ser concebido. E, cumprindo-se os dias da purificação dela, segundo a lei de Moisés, o levaram a Jerusalém, para o apresentarem ao Senhor (Segundo o que está escrito na lei do Senhor: Todo o macho primogênito será consagrado ao Senhor); E para darem a oferta segundo o disposto na lei do Senhor: Um par de rolas ou dois pombinhos."
Lucas 2:21-24

Yeshua era fariseu:

"Alguns dos emissários eram fariseus. Continuaram a perguntar-lhe: Como, pois, batizas, se tu não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta? João respondeu: Eu batizo com água, mas no meio de vós está quem vós não conheceis. Esse é quem vem depois de mim; e eu não sou digno de lhe desatar a correia do calçado. Este diálogo se passou em Betânia, além do Jordão, onde João estava batizando."
João 1:24-28

Yeshua era rabino:

"Perguntaram-lhe eles: Mestre (Rabino), sabemos que falas e ensinas com retidão e que, sem fazer acepção de pessoa alguma, ensinas o caminho de D-us segundo a verdade"
Lucas 20:21

Yeshua confirmou a obediência à Torah:

"Não julgueis que vim abolir a lei ou os profetas. Não vim para os abolir, mas sim para torná-los plenos. Pois em verdade vos digo: passará o céu e a terra, antes que desapareça um jota, um traço da lei. Aquele que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e ensinar assim aos homens, será declarado o menor no Reino dos céus. Mas aquele que os guardar e os ensinar será declarado grande no Reino dos céus."
Mateus 5:17-19

Yeshua confirmou a autoridade dos fariseus:

"Então, Yeshua disse à multidão e aos seus discípulos: Os mestres da lei e os fariseus se assentam na cadeira de Moisés. Obedeçam-lhes e façam tudo o que eles lhes dizem. Mas não façam o que eles fazem, pois não praticam o que pregam."
Mateus 23:1-3

Yeshua condenou aquelas tradições que contrariavam a Torah (e somente as que contrariavam):

"Então alguns fariseus e mestres da lei, vindos de Jerusalém, foram a Jesus e perguntaram: Por que os seus discípulos transgridem a tradição dos líderes religiosos? Pois não lavam as mãos antes de comer!Respondeu Jesus: "E por que vocês transgridem o mandamento de Deus por causa da tradição de vocês? Pois Deus disse: ‘Honra teu pai e tua mãe’ e ‘quem amaldiçoar seu pai ou sua mãe terá que ser executado’. Mas vocês afirmam que se alguém disser a seu pai ou a sua mãe: ‘Qualquer ajuda que vocês poderiam receber de mim é uma oferta dedicada a Deus’, ele não é obrigado a ‘honrar seu pai’ dessa forma. Assim vocês anulam a palavra de Deus por causa da tradição de vocês."
Mateus 15:1-6

Existem muitos outros versículos que comprovam esses pontos, mas não quero criar uma postagem que esgote o assunto, isso é apenas um resumo da fé judaico-messiânica, e a primeira parte de um estudo que visa refutar as acusações cristãs contra a Torah. Em breve escreverei a segunda parte.

Shabat shalom