quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Zelando pelas escrituras

Shalom,

Depois de escrever o artigo "Feliz Saturnália!!!", recebi vários comentários, alguns aprovando, outros criticando, reclamando, etc. Recebi elogios de pastores que estão restaurando a sua fé à forma original, como era no período dos Shelichim (Emissários), recebi críticas duras de cristãos e até ofensas. Quero dizer que tudo isso foi importante para mim, e que o meu objetivo era justamente esse, chocar, sacudir o marasmo da fé atual. E também através desse post refutar alguns argumentos defendendo a festa, que eu recebi.

Argumento: "Nós cristãos não celebramos a festa pagã, para nós o Natal tem outro significado, nós celebramos o Natal, o nascimento de Jesus"

Bom, devo dizer que esse argumento é fraquíssimo, não é baseado nas escrituras, não tem base teológica, e não é pela vontade das pessoas que os fatos históricos serão mudados. O que as pessoas ignoram é que a festa chamada "Natal", simbolizando o nascimento de "Jesus" foi criada pelo cristianismo paganizado para que os pagãos que viessem a crer em "Jesus" não precisassem deixar de comemorar a festa pagã ao deus Mitra na data de 25 de Dezembro. Quer dizer que o Natal nada mas é do que uma festa pagã disfarçada, ou seja, a intenção da pessoa nesse momento não muda o sentido da festa.

2° Argumento: "Paulo disse: 'Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados' - Colossenses 2:16 "

Agora temos um argumento parcialmente baseado nas escrituras. Mas por que parcialmente ? Porque o verso citado foi tirado de seu contexto; ninguém pode negar que está escrito, mas o que faz diferença é o contexto do texto. Vamos analisar o contexto:

Sha'ul (chamado "Paulo" por ser cidadão romano), um rabino fariseu, cumpridor da Torah, e obediente à halakhá (lei judaica) estava enfrentando problemas com a congregação de Colosso. Muitas pessoas (a maioria nem judeu era), estavam perturbando os colossenses gentios que criam em Yeshua, julgando-os por não observar as festas judaicas, shabatot, kashrut (leis alimentares), etc. Não é correto exigir que um gentio viva como um judeu, ainda mais pessoas que vinham de um contexto completamente diferente do contexto judaico.

Por isso Rav Sha'ul escreveu acerca dessas coisas. Isso não significa que ele aprovava que os que vinham do paganismo comemorassem as festas pagãs, pelo contrário, como um cumpridor da Torah ele de forma alguma permitiria uma coisa dessas.

Bom, depois que comentamos a 1ª regra de interpretação das escrituras, que é manter o texto em seu contexto original, agora vamos analisar outra regra: Nenhuma revelação anula uma revelação anterior.

No nosso caso, Sha'ul não pode ter dito que se preocupar com as coisas contaminadas aos ídolos não significa nada, porque antes disso Ya'akov haTzadik (Tiago, o Justo) decidiu que os gentios que se achegassem ao Messias não deveriam mais se contaminar com o que fosse oferecido aos ídolos (Atos 15.20).

Portanto, qualquer interpretação que leve a crer que uma revelação anula outra revelação anterior, deve ser descartada. Por isso ficamos com a palavra de Ya'akov haTzadik, líder da comunidade judaico-messiânica de Yerushalaim, e membro do Beit Din ( Tribunal Judaico)messiânico / nazareno.

3° Argumento: "Eu não estou mais 'debaixo da lei', agora eu estou 'debaixo da graça', e o sangue de 'Jesus' me purifica de todo o pecado."

O velho argumento cristão de que a Nova Aliança anula as alianças anteriores. Primeiro vamos ver o que as escrituras dizem a respeito de alianças:

"Irmãos, permitam-me fazer uma analogia do cotidiano: quando alguém faz um juramento (aliança), ninguém pode invalidá-lo ou fazer-lhe qualquer adição." Gálatas 3.15 - Novo Testamento Judaico

Aqui Sha'ul está falando sobre a aliança que D-us firmou com Avraham baseada na fé dele. Mas também serve para todas as outras alianças, Yeshua mesmo disse que não veio abolir, revogar, invalidar, a Torah e os Profetas, mas sim "completar" - Matityahu 5.17 - Novo Testamento Judaico

Então nós entendemos, através das próprias escrituras, que a Torah ainda é válida e vigorará até o fim dos dias, baseando-nos na 2ª regra de interpretação das escrituras (nenhuma revelação anula uma revelação anterior).

Para completar, eu digo que ainda que as pessoas não queiram observar os mandamentos do Eterno porque estão no "Velho Testamento", eu mostro um mandamento que está no "Novo Testamento", em Ma'assei haShlichim (Atos dos Emissários) capítulo 15, verso 20. Ou seja, não há desculpas para não se cumprir esse mandamento (de não se contaminar com o que foi oferecido a idolos), e quem quiser comemorar essa festa, depois que aprendeu sobre a sua origem, deve ser honesto e dizer que a comemora contrariando as próprias escrituras.

4° Argumento: "Ninguém sabe a data que 'Jesus' nasceu, então temos que comemorar em alguma data."

E por que tem que ser em uma data que os cristãos paganizados (ou pagãos cristianizados ?) escolheram para disfarçar suas festividades pagãs ? Por que tanta questão ? Por que não podem mudar a data ? Além do mais, isso não é desculpa para se comemorar nessa data, afinal existem 365 dias no ano, podem muito bem mudar a data para que seja algo exclusivo e dedicado ao Eterno, isso seria a atitude correta !!!

Bom, por enquanto é só, mas a medida que novos argumentos forem surgindo, serão postadas as devidas refutações neste mesmo tópico, então recomendo que visitem-no regularmente.

Chag Chanuká Sameach !!!

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